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22 de janeiro de 2020

IBOPE Repucom entrevista: Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol

Presidente da entidade comenta as ações da Federação Paulista para ampliar o alcance das competições, democratizar o acesso de todos os torcedores e sobre o fomento aos clubes para que mantenham e ampliem suas presenças nas principais divisões nacionais

 

São Paulo, 22 de janeiro de 2020 – Como uma das novidades de 2020, o IBOPE Repucom fará uma série de entrevistas com os principais players do mercado para compartilhar as boas iniciativas que possam servir de parâmetro e aprendizado para o desenvolvimento de todo o negócio esportivo.

Com a proximidade da decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior no próximo sábado (25) e para marcar a estreia da edição 2020 do Campeonato Paulista nesta quarta-feira (22), estrearemos a série original de entrevistas com Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, sobre as ações realizadas pela entidade em diferentes temas como o streaming das partidas organizadas pela entidade, o sucesso da ´Copinha’, as ações para aumentar a presença de mulheres no estádio e a força dos clubes paulistas nas divisões nacionais.

 

STREAMING

A transmissão do futebol brasileiro está passando por um momento de transformação, onde se busca o melhor modelo para exibição de jogos em multiplataformas. A FPF adotou este modelo em 2016. Como vocês analisam os resultados alcançados até o momento? Quais foram os aprendizados? Quais seriam as dicas para os players que começam a se interessar por este tipo de mídia?

 

Reinaldo Carneiro Bastos: Em 2015, quando assumi a FPF, levantamos quantas partidas eram exibidas em algum veículo. Dos mais de 4 mil jogos que a FPF organiza por ano, menos de 10% tinham transmissão ao vivo. Foi ali que iniciamos, de forma pioneira no futebol brasileiro, a transmitir jogos via streaming, focando em dar visibilidade para as competições, aos clubes e aos atletas. O nosso crescimento foi muito rápido.

Em 2016, produzimos 46 transmissões. Fechamos 2019 com 1.058 partidas transmitidas pela FPF TV. Pela primeira vez na história, todas as competições organizadas pela FPF tiveram exibição ao vivo. Neste período, fizemos parcerias com grandes players, como Facebook, DAZN e MyCujoo. E estamos conversando com outras plataformas também.

A dica é começar a fazer e ir aprendendo com os erros. Há diferenças consideráveis na produção de uma transmissão via streaming, que aprendemos com o tempo.

 

O SUCESSO DA “COPINHA”

A Copa São Paulo de Futebol Júnior é o principal torneio da categoria no País. A final da edição 2019 contou com casa cheia e ativações como a da Rappi, ao entregar a bola da decisão. Qual foi o segredo para a organização, manutenção e o sucesso do torneio e quais são os avanços da edição 2020?

 

Reinaldo Carneiro Bastos: A Copa São Paulo é a maior competição de base do mundo. A dimensão e a repercussão, todos os anos, é enorme, a ponto de ter sido um dos dez termos mais buscados no Google Brasil em 2018, à frente do Brasileirão e da Libertadores, e próximo até da Copa do Mundo.

Pela grandeza da competição, organizar a Copinha é um desafio que só cresce a cada ano. São 32 sedes diferentes com 128 clubes de todos os Estados do Brasil, em uma competição que reúne 255 jogos em 24 dias. Os principais clubes do País ficam alocados em 31 cidades-sede de São Paulo, que recebem a Copinha com excelência.

Com um total de 183 transmissões na primeira, segunda e terceira fases da 51ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, a FPF TV alcançou a marca de 6,5 milhões de visualizações. Todas as transmissões foram realizadas no Facebook ou no MyCujoo.

A marca já é três vezes maior do que os números atingidos em 2019, quando o canal chegou aos 2 milhões de views durante todo o torneio. Nas fases iniciais da competição, o jogo com maior audiência foi Santos e Olímpico (SE), pela primeira fase, com 432 mil visualizações.

 

MULHERES NO ESTÁDIO

Cada vez mais a questão do empoderamento e inclusão feminina está sendo pensada pelo mercado. Como a FPF se posiciona quanto a esta questão? Existem ações de inclusão e diversidade já adotadas pela FPF? E quanto a presença feminina em estádios?

 

Reinaldo Carneiro Bastos:  A presença feminina no futebol é uma preocupação constante da FPF. No quadro da FPF, temos mulheres no alto comando da diretoria: na vice-presidência, na diretoria de competições, na diretoria administrativa e diretoria de futebol feminino. E pela primeira vez, a arbitragem paulista é comandada por uma mulher, Ana Paula Oliveira, que ocupa o cargo de presidente da Comissão de Arbitragem.

Desde 2016, temos focado muito no futebol feminino, aumentando o espaço e o valor do já consagrado Campeonato Paulista Feminino. Criamos o primeiro campeonato de base feminino, o Paulista Sub-17, já temos o Festival Sub-14 e realizamos a primeira peneira Sub-17.

Nosso próximo passo é melhorar a experiência da mulher no estádio. Precisamos trabalhar para que as mulheres se sintam seguras, bem-vindas e à vontade para torcer dentro dos estádios.

Também fizemos na final do Campeonato Paulista Feminino uma ação para provocar sobre a discrepância salarial entre homens e mulheres. Na transmissão da FPF TV, assim que o Corinthians abriu o placar, o 1 a 0 no marcador se transformou em 0,8 a 0, porcentagem equivalente ao que mulheres recebem a menos que os homens no mercado de trabalho.

Para identificar as razões para o afastamento da mulher nos estádios e compreender com profundidade suas necessidades, preocupações e aspirações, a FPF e os 16 clubes do Paulistão 2020 contrataram uma pesquisa do IBOPE Repucom.

Foi realizado um “Focus Group” com mulheres sobre estes temas, e com base nos principais resultados da pesquisa desenvolvemos a campanha “#ElasnoEstádio”, que com diversas ações práticas tem o foco de atrair mais mulheres aos jogos, com segurança, respaldo e incentivo para que a presença feminina cresça no Paulistão.

Na coletiva de imprensa para o anúncio da campanha, apenas as jornalistas mulheres puderam assistir. Os repórteres do sexo masculino assistiram à coletiva em uma sala separada. A ideia foi mostrar como as mulheres se sentem ao serem “barradas” de ir ao estádio.

 

A FORÇA DO TIMES PAULISTA NAS DIVISÕES NACIONAIS

Tivemos uma representativa participação de clubes paulistas nas séries A e B em 2019 (dez clubes), e em 2020 teremos oito clubes, sendo cinco clubes na divisão principal. Existiu um plano para a maior participação de clubes paulistas nas principais ligas nacionais? Como a FPF tem atuado para a evolução do Futebol Paulista no cenário nacional?

 

Reinaldo Carneiro Bastos: Uma das missões diárias que traçamos na FPF é impulsionar os clubes paulistas nas competições nacionais. Isso gera receita aos clubes, empregos diretos e indiretos, movimenta a economia das cidades, dá oportunidade para atletas, proporciona calendário, enfim, mexe com o torcedor e fomenta o futebol.

Para isso, buscamos cercar nossos clubes filiados com apoio e ferramentas, cursos, qualificações, treinamentos, incentivos. Um exemplo: identificamos uma dificuldade dos nossos clubes para alcançar o acesso da Série D para a Série C do Brasileiro, então realizamos um workshop especial focado na Série D, mostrando suas dificuldades, estratégias e os caminhos para o acesso.

Paralelamente a tudo isso, avançamos para o quinto ano do Programa de Excelência, que acompanha durante toda a temporada o desempenho dos nossos clubes em vários quesitos, como gestão, categorias de base, futebol feminino, infraestrutura e desempenho, e premia as melhores práticas ao final da temporada.

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